Os festivais culturais tornaram-se um tema crescentemente presente na primeira páginas dos jornais. Em 2010, foram o assunto principal em 91 das 639 peças relacionadas com cultura que foram sinalizadas.

As notícias sobre festivais equivalem a 14% do total de peças publicadas na primeira página de todas as publicações, o que representa uma duplicação em relação ao ano 2000, em que o acontecimento festival esteve presente em apenas 7% das notícias publicadas na primeira página.

O Público foi o jornal que mais noticiou os festivais, contribuindo com 58,6% das peças, seguindo-se o Diário de Notícias (18%) e o Jornal de Notícias (12,6%). Os festivais tornaram-se assim o quarto acontecimento mais noticiado, depois de estreias, inaugurações e lançamentos.

Os festivais de música são largamente predominantes, representando 55% do número total de peças onde este acontecimento é referido. Seguem-se os festivais de cinema (30,6%), literatura (6,3%) e dança (5,4%).

O enquadramento narrativo dos festivais foge à regra da maioria das notícias culturais, que são predominantemente contadas através de notícias desenvolvidas. No caso dos festivais, dominam as reportagens (39,6%), seguidas das criticas (28,8)%), das notícias desenvolvidas (13,5%) e das entrevistas (9%). O espaço concedido também é maior do que o habitual, com 54,1% das peças a ocuparem mais do que uma página e 26,1% a ocuparem uma página.

O tom opinativo e interpretativo caracterizam os textos, que oferecem, também, uma experiência “literária”, excedendo em muito a simples função informativa do jornalismo. Apesar da maioria das peças se referir à atualidade (78,4%), é de assinalar que encontrámos 18% das peças orientadas para a antecipação do acontecimento, o que significa que alguns festivais originam notícias antes de se realizarem.

Os festivais que interessam aos jornalistas portugueses situam-se maioritariamente em território nacional (81,1%), mas também há 16,2% de peças relativas a acontecimentos deste género realizados no estrangeiro.